terça-feira, 9 de outubro de 2007

Sou um guardador de rebanhos

Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos
E com as mãos e os pés
E com o nariz e a boca.

Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto.
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Alberto Caeiro (heteronimo de Fernando Pessoa)

Esse poema de fernando pessoa, tem tudo haver com psicologia, já repararam?
Uma descrição, poética, mas realista, sobre qual o sentido da realidade e da interrelação e interdependência do corpo e mente.

Fantástico.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Kurt Lewin

KURT LEWIN

INTRODUÇÂO

Psicólogo Alemão, nasceu em 9 de setembro de 1890 em Mogilno Alemanha, morreu em Newtonveille, Massachusetts, EUA em 12 de Fevereiro de 1947.
A teoria Lewiniana decorre diretamente do sistema Gestaltista ao qual Lewin originalmente se filiou. Focalizando sua atenção mais no fenômeno psicológico de motivação do que no de percepção, Lewin desenvolveu uma teoria dinâmica da personalidade cujos princípios fundamentais de sua teoria serviram e ainda servem, de fonte inspiradora do trabalho de inúmeros psicólogos sociais.


CAPÍTULO I TEORIA DE CAMPO EM CIÊNCIA SOCIAL

O que é teoria de campo?
“A teoria de Campo se caracteriza melhor como um método, isto é, um método de analisar relações causais e de criar construções científicas. Este método de analisar relações causais pode ser expresso sob a forma de determinadas afirmações gerais sobre a natureza das construções de mudança”
Uma das afirmações básicas da teoria de campo psicológico pode ser formulada da seguinte maneira: Qualquer comportamento ou qualquer mudança no campo psicológico depende somente do campo psicológico naquele momento.

Como determinar as propriedades de um campo num determinado momento.
O passado e o futuro psicológico são partes simultâneas do Campo psicológico num determinado tempo.
Para determinar, as propriedades de uma situação presente ou fazer um diagnóstico, pode-se obedecer a dois procedimentos diferentes: Basear a afirmação em conclusões da história (Anamnese), ou usar testes diagnósticos do presente.
Resumindo, o campo psicológico que existe num dado momento contém também uma referencia a como aquele individuo vê seu futuro e passado. O individuo não vê somente sua situação presente, tem certas expectativas, desejos, medos, devaneios em relação ao seu futuro. Sua maneira de ver seu próprio passado e o resto do mundo físico e social é freqüentemente errada, mas apesar disso constitui no seu espaço de vida, o “nível da realidade” do passado; existente também um papel no fenômeno de culpa.
Lewin propõe a seguinte equação, para explicar o comportamento humano:
C = f (P.M)
Onde o comportamento (c) é função (f) ou o resultado da interação entre a pessoa (p) e o meio ambiente (M) que a rodeia.

CAPÍTULO II – PRINCIPAIS NOÇÕES DA TEORIA DE CAMPO PARA A PSICOLOGIA SOCIAL


Psicologia Topológica (Estrutura da Personalidade)
Lewin acreditava no valor da linguagem matemática na comunicação de dados qualitativos, além de sua utilidade na quantificação.
A geometria topológica, onde a posição relativa das entidades representadas é a tônica fundamental, forneceu a Lewin o instrumento de que ele necessitava para representar a estrutura da personalidade.

Espaço Vital (Life Space)
A pessoa (P) e seu ambiente psicológico (A) tal como existe para ela, constitui o que Lewin denominou de Espaço Vital.






















A parte exterior à linha demarcatória é chamada por Lewin de “Foreign-Hull” e consiste em tudo aquilo que pode influenciar materialmente o ambiente psicológico constituindo a chamada ecologia psicológica.

Ecologia Psicológica
“Qualquer tipo de vida de grupo ocorre em condições com certas limitações do que é e do que não poderiam acontecer. Os fatores não psicológicos de clima, de comunicação, de lei do lugar ou organização são uma parte freqüente dessas ‘Limitações externas’. A primeira análise do campo é feita do ponto de vista da ‘ecologia social’: O psicólogo estuda dados ‘não psicológicos’ para verificar o que esses dados significam na determinação das condições limítrofes da vida do indivíduo ou grupo. Somente depois que esses dados são conhecidos pode o estudo psicológico propriamente dito começar a investigar os fatos que determinam as ações do grupo ou indivíduo naquelas situações que se mostraram significativas.”

Hodologia (Dinamismo da Personalidade)
As regiões do ambiente possuem diferentes valências, ou sejam, diferentes graus de atratividade; a pessoa possui necessidades (Needs) que, em conjunção com as regiões do ambiente, são responsáveis pelos comportamentos ou modificações no espaço vital. A pessoa passa de um estado a outro através da locomoção de uma região a outra. Esta locomoção pode ser mais ou menos fácil de ser efetuada, conforme existam ou não barreiras que se interponham no caminho (path) a ser seguido para a locomoção se consuma.

Princípio da contemporaneidade
Para Lewin apenas os fatos presentes podem ser responsáveis pelo comportamento. A existência de fatos passados que são evocados pela pessoa não tem papel no comportamento presente. O passado e o futuro, quando considerados pelo indivíduo, afetam seu comportamento mas, por serem considerados no presente, passam a ser presentes psicologicamente. Como bem diz Heider (1958) com as idéias Lewinianas; Se uma pessoa acredita que as linhas da palma da sua mão são capazes de predizer o seu futuro, tal crença é psicologicamente real, independentemente de sua validade externa.


CAPÍTULO III – CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA DE LEWIN PARA A PSICOLOGIA SOCIAL

Action research
Lewin salientava a necessidade da pesquisa básica e da existência de amparo teórico na atividade científica, ao mesmo tempo em que ressaltava a necessidade de aplicação prática dos ensinamentos tirados da teoria. (Seguindo as idéias de praticidade do positivismo)

Mudança de Atitude
Os estudos de Lewin durante a Segunda Guerra Mundial sobre a mudança de atitude para entender as necessidades prementes da situação de emergência criada pela guerra, como por exemplo, persuadir as pessoas a aceitarem comer carne de cavalo na falta de carne bovina. Foi nessa época que o papel das discussões em grupo como facilitadoras do rompimento das barreiras impeditivas da locomoção do grupo numa determinada direção foi ressaltado.

Liderança
Nos estudos de Lewin, Lippit e White (1939) foram detectados 3 tipos de liderança.
Democrática: O grupo tem uma participação ativa e as decisões são tomadas coletivamente. O líder tem uma atitude de apoio, integra-se no grupo e faz sugestões, mas não as impõe. A produtividade é boa assim como a satisfação e criatividade no desempenho das tarefas.
Autoritária ou autocrática: O líder toma decisões sem consultar o grupo não deixando espaço para a iniciativa pessoal. A produtividade é elevada, mas não há satisfação na realização das tarefas.
Permissiva ou “Laissez Faire”: O grupo tem a maior ação por o líder funciona como elemento do grupo e só intervém quando solicitado. A satisfação no trabalho é muito pouco e a produtividade é baixa quando o grupo não tem capacidade de auto-organização.
Os resultados deste estudo mostrando a maior eficiência da liderança democrática.

Tipos de conflito
Lewin distinguiu três tipos básicos de conflitos.
Conflito de aproximação: Ocorre quando a pessoa se acha entre duas regiões de valência positiva de intensidade aproximadamente igual. Como exemplo: Uma pessoa gosta de cinema e de teatro e num mesmo dia há uma apresentação especial de uma peça e de um filme que a atrai igualmente.
Conflito de Afastamento: Surge na situação em que a pessoa se encontra em duas regiões de valência negativa de intensidade aproximadamente semelhante.
Como exemplo: Uma pessoa tem as opções de tomar uma injeção dolorosa ou agüentar as conseqüências penosas de um resfriado forte.
Conflito de Aproximação: Ocorre quando uma região tem, ao mesmo tempo, valências positivas e negativas de intensidades semelhantes.
Como Exemplo: A pessoa deseja algo muito caro, se a atratividade do objeto (valência positiva) e seu custo (valência negativa) forem de intensidade psicologicamente semelhantes.

Atividade substitutiva
Alguns estudos com base nas teorias Lewinianas revelaram o valor de uma atividade substitutiva na redução da tensão originalmente ligada a outra atividade. Um resumo das conclusões chegadas através de vários experimentos é apresentado a seguir:
A) O valor substitutivo de uma atividade aumenta quanto maior for o grau de similaridade das duas atividades tal como a pessoa o perceber.
B) O valor substitutivo de uma atividade aumenta de acordo com o aumento da contigüidade temporal das duas atividades e com o aumento da atratividade substitutiva.
C) Uma atividade substitutiva idêntica à atividade original tem muito pouco valor substitutivo se o objetivo de ambas é diferente.
D) Se alguém se completa a atividade interrompida de outrem, tal atividade não terá valor substitutivo a não ser que ambas as pessoas trabalhem em atividade cooperativa.

Dinâmica de Grupo
Algumas idéias de Kurt Lewin sobre a dinâmica de um grupo.
O Novo membro no grupo muda os outros e muda-se a si próprio.
Quanto mais atrativo o grupo, maior a pressão sobre os membros.
Mudança de grupo implica alterar o seu equilíbrio global.
Grupos surgem quando há dificuldades em resolver tarefas coletivas.
Desenvolvem-se finalidades e padrões de ação comuns.
Duas modalidades: trabalho para a coesão ou para a resolução de problemas.
Interdependência dos indivíduos mantém o grupo.

“Um grupo pode ser caracterizado como um ‘todo dinâmico’; isto significa que uma mudança no estado de qualquer subparte modifica o estado de qualquer outra subparte. O grau de interdependência das subpartes dos membros do grupo varia num continuum que vai de uma massa desconexa a uma unidade compacta.” (Lewin, 1948, p. 54)

REFERÊNCIA

Rodrigues, Aroldo. Psicologia Social. 11ªedição. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 1972.
Lewin, Kurt. Teoria de Campo em Ciência Social. Tradução Carolina Martuscelli Bori. São Paulo: Pioneira, 1965.


Nesse trabalho esta faltando uma figura no qual postarei depois.

Abraços a todos.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Positivismo de Comte

POSITIVISMO


INTRODUÇÃO

A filosofia positivista foi fundada pelo francês Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de Janeuri de 1798 – Paris, 5 de Setembro de 1857. Filósofo e o pai da Sociologia) em 1818 com o “Curso de Filosofia Positivista” e em 1842 renomeado para “Sistema de política Positivista”.
Auguste Comte depositava uma grande fé a perspectiva do avanço da ciência. Citamos aqui a máxima positivista Comteana “O amor por princípio, Ordem por base; o progresso por fim”.


CAPÍTULO I ACEPÇÕES DA PALAVRA POSITIVO PARA AUGUSTE COMTE

A palavra positivo para Comte possui Cinco acepções:
- Real em oposição a Quimérico (Quimera, monstro fabuloso, não real. Sonho): o espírito humano deve investigar sobre o que é possível conhecer.
- Útil em oposição ao ocioso: deve-se estudar e conhecer tudo o que seja destinado ao aperfeiçoamento individual ou coletivo.
- Certeza em oposição a indecisão.
- Precisão em oposição ao vago/indefinido.
- Positivo em oposição ao negativo: o objetivo da filosofia positiva é organizar, agregar e construir.


CAPÍTULO II – A LEI DOS TRÊS ESTADOS

Comte estudou a marcha da civilização desde a pré-história e identifica que a humanidade passou por três estados teóricos.
- 1º Teológico ou Fictício.
- 2º Metafísico ou Abstrato
- 3º Positivo ou Científico
No estado teológico tínhamos Deus por explicar as causalidades e fenômenos.
Na metafísica, com Aristóteles, explicava a origem e o propósito dos homens.
No positivismo de Comte a ciência como base no progresso da humanidade.


CAPÍTULO III – SEIS CIÊNCIAS FUNDAMENTAIS

A filosofia positiva resulta de duas operações: A determinação dos fatos gerais de cada ciência fundamental e o agrupamento ou coordenação desses fatos.
As seis ciências fundamentais para Comte:
- Matemática
- Astronomia
- Física
- Química
- Biologia
- Sociologia

CAPÍTULO IV- O POSITIVISMO DE COMTE E A PSICOLOGIA


DISCURSO SOBRE O ESPÍRITO POSITIVO

“O espírito positivo, ao contrario, é diretamente social, tanto quanto possível e sem nenhum esforço, em virtude mesmo da sua característica. Para ele o homem propriamente dito não existe, só pode existir a Humanidade, pois todo nosso desenvolvimento é devido à sociedade, sob quaisquer aspectos que o encaremos.” Auguste Comte em “Discurso preliminar sobre o espírito”.


REFLEXÕES DE COMTE SOBRE A PSICOLOGIA

Uma grande crítica foi feita a Comte por não haver consagrado a psicologia em sua classificação das ciências.
Porém analisando a história da psicologia verificamos que a mesma ganhou o status de ciência com o laboratório de Wundt somente no final do século XIX. A obra de Comte foi divulgada, 50 anos antes de a psicologia experimental surtir efeitos.
A psicologia na época estava resumida ao problema da “Origem das idéias” e tentava provar a existência de Deus e Alma, era essa psicologia que Comte bania dos conhecimentos positivos.
Essa psicologia ainda estava muito ligada as idéias de Santo Agostinho, São Thomas de Aquino e Descartes.
Comte ligava uma parte dos fatos psicológicos, as funções orgânicas e os outros fatos serem decorrentes da sociologia (Fatos sociais). Segundo Comte, para um indivíduo isolado, não haveria nem verdades nem mentiras, porque opiniões seriam fatos sociais.
Comte afirmava também que a objetividade do conhecimento, se acha no valor social, assim como todos os nossos fenômenos afetivos, com exceções de algumas inclinações intrapessoais, que segundo Comte são aquelas emoções rudimentares ligadas ao instinto, todas as outras não haveria sentido se não, analisadas em caráter da sociologia, portanto social.


A IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA NA PSICOLOGIA.

Comte ainda fez levantamentos sobre a questão observado x observador, o objeto de estudo ser o mesmo do estudante.
Dizia ele que não seria possível do homem observar suas próprias operações intelectuais, ele apenas pode observar os órgãos (Com exceção do pensante) e os resultados, colocando assim a importância da ciência na própria psicologia.
Por tanto, não é admissível a psicologia, quando considerada o estudo da psique humana, não levar em conta as considerações do exterior.

Resumidamente para Comte, a psicologia, para progredir deveria achar dois princípios de explicação: O Organismo Humano e O meio Social.


No próximo post colocarei um trabalho sobre Kurt Lewin e a psicologia social.
Espero que tenham gostado.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Psico o que?

Para combater a ociosidade acabo de fundar este blog.
Objetivo? Colocar alguns trabalhos sobre psicologia que já foram feitos por mim.
Gostaria de basear somente em psicologia porém tenho grandes tendências a filosofia, sociologia, e literatura em geral.
Conlui aqui esta inauguração solitária. :)